quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

AINDA NÃO É O FINAL


Então .. Essa aí sou eu.
Sem uma gota de prepotência,
essa aí da capa do livro .. sou EU.
Vou explicar como e porquê.
Porque eu quero, amigo leitor.
Quando eu comecei nessa jornada, não queria esse negócio de 
magistério não.
Para mim, o curso normal só ia me servir
de apoio na melhoria do meu discurso,
escrito e falado,
postura e compostura.
Além de aprender a lidar com GENTE, 
o que é MUITO difícil,
como sempre foi em qualquer época.
Não é por conta disso que vamos todos morrer
e presenciar o apocalipse.
É só porque a gente não cuida de nada mesmo.
Bem,
chegando ao fim de três longos anos,
que só depois  gente percebe como passou rápido,
eu vi que queria exercer aquilo tudo o que eu tinha aprendido ali,
no colégio das irmãs.
Fui trabalhar no colégio irmão desse,
que mais parecia o meu antigo,
antes daquelas reformas todas e libertinagem sem fim.
Foi doloroso no começo.
As mães não perdoavam,
por conta da minha pouca idade, e meu jeito (de criança).
Criança que cresceu durante todo um ano letivo,
e fez com que seus filhos aprendessem tudo o que deveriam saber.
Que fique bem claro.
Ver "seus filhos" crescendo dia após dia
não tem preço.
Eu acompanhei todos esses 37 crescimentos.
E mais 35 no ano seguinte.
Eu estive aí, pra vocês, todo o tempo.
Me doei cem por cento, numa fração decimal, 
em todas as classes gramaticais,
músicas,
valores,
histórias interpretadas por uma grande atriz de sala de aula sobre
descobrimentos e regências,
viajando e conhecendo os caminhos dos rios,
acompanhando o crescimento e a vida das plantinhas,
cada uma delas.
Participando ativamente até das aulas de artes, 
muitas vezes terminadas em minha aula,
para que todos tivessem tempo de brincar em casa.
E a falta dos deveres de casa?
Às vezes as crianças precisam de um tempo só pra elas.
E o excesso de deveres de casa?
São os atrasados.
Mas é difícil MESMO agradar a gregos e troianos.
E incansavelmente
explicando e tirando as dúvidas
que percorriam aquelas cabecinhas
todos os dias.
O medo da morte, como a vida surgia,
como nascem e se fazem os bebês (que dor de cabeça),
o que vinha antes de Deus,
como o Sol pegava fogo se nele não tinha oxigênio,
e tantas outras dúvidas ...
O sarau literário, em que apresentamos NOSSA "turma muito maluquinha"
e tínhamos até a nossa Ana Maria Barcellos, que era a
Úrsula Avilla, que fez amigos como nunca tinha feitos antes.
E recebemos muito bem o Felipe Borges, 
e ensinamos tanto a ele, 
sobre família e como recomeçar do zero.
E ao João Pedro, que parou de coçar os olhos,
mas continua contando suas histórias por aí.
E ao João Manoel,
que é um menino de OURO,
e sempre vai ser.
A gente só não pode esquecer disso
e nem deixar que ele esqueça.
E ao Hugo, que mudou da água pro ..
tudo bem, ele continua água,
mas ele cresceu tanto.
E a Maria Eduarda Mãozinha,
que foi minha filha emprestada.
E a Maria Eduarda Inácio, Júlia Boura, Carlos Augusto,
que tiveram seus irmãos 
e nós, muitas conversas
sobre como cuidar e fazer leituras para os irmãos.
Nossas danças também foram lindas.
Cresçam sempre assim, crianças.
Eu estarei olhando por vocês, sempre.
E eu nunca vou me esquecer de nenhum de vocês.
NUNQUINHA.
Até porque é "piece of cake" não esquecer de me lembrar
sempre de vocês.
Continuem cuidando dos seus irmãos e não esqueçam de contar a eles
que vocês tiveram uma professora muito maluquinha também.
Ah! Minhas amigas professoras também.
Obrigada por tudo.

"Eu sou muito feliz com vocês. Mas tem outro tipo de felicidade que a gente tem que lutar por ela.
Vocês vão entender quando crescerem."

E eu sei que vocês não precisam crescer tanto para entender.
Eu amo vocês. E eu vou sentir muita saudade, de tudo.
Um beijo enorme da Tia Paula, sua professora.

Boa noite.

Ps. Só pra esclarecer. Isso não é um desabafo ou uma despedida.
É só uma trajetória MINHA, uma parte da minha vida.
Tão bonita que merece estar registrada aqui ou onde eu quiser.
(:

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