terça-feira, 14 de julho de 2015

um combo de texto antigo , 3x1

Hoje no almoço, percebi a diferença nos pratos de cada um a minha volta. Enquanto uns almoçavam chamar atenção, outros almoçavam falta de educação. Uns comiam intolerância e outros só comiam rancor, o problema desses últimos era cuspir na cara de quem estivesse mais próximo e de quem menos merecia. Tinha gente comendo preocupação também, e comendo amor eu vi, mas tao pouco que demorei a perceber.
Quanto ao meu prato, as minhas primeiras garfadas foram de julgamento e desceram mal, confesso. O preconceito n desce bem a ninguém. Depois eu engoli silêncio. Agora eu digiro a ideia de que mudar o mundo e algo infantil e bobo. 
Mudar a si mesmo e o melhor remédio p essa azia, desconforto e mal estar.


No apartamento da frente acontece todo o tipo de coisa.
Num andar, o escuro predomina, parece q n foi descoberto ainda.
No que vem antes desse, a moça tenta fazer o marido olhar p ela, a qualquer custo. Ela já sentou e levantou do sofá umas 3 vezes, já mexeu num livro e no celular, ajeitou as roupas em pé e sentada, e ele nem descruzou as pernas ainda.
No debaixo, tem alguém impaciente. Ela vê TV.
Talvez esteja impaciente porque sabe o quanto perdeu na vida, ou só porque a novela não começou, vai saber.
Alguém acendeu a luz no último andar e pensou em tomar banho, mas não foi. Será que cancelou o encontro?
Parece que o casal do penúltimo vai brigar. Mas ela agora tá dançando na cozinha e ele ainda não descruzou as pernas.
A da novela ganhou companhia, e acho que a novela já começou, porque a perna parou de tremer.
Ou isso, ou foi a companhia que a acalmou.
Da minha morada - dentro de mim, eu me pergunto quando ou se um dia a minha visão das coisas vai deixar de ser romântica e as vezes muito séria um dia.
Mas eu sinceramente, espero que não deixe. Só menos séria, talvez.
O casal do penúltimo andar se beijou.



Eu não sei muito bem porque, mas o tempo que faz hoje, I mean, esse vento, sempre me faz lembrar muita coisa. É um vento diferente dos outros, me faz lembrar minha adolescência, Rio das ostras e a praia das virgens - um dos lugares que eu mais gosto até hoje. Minhas amigas que eu jurei amizade eterna e hoje mal falo oi, porque quando a gente cresce vê que não tem porque mais né. Mas também penso nas que ficaram e nas que mesmo de longe, se fazem presentes. Lembro do cheiro da escola e que por mais que tenha obra todo ano, o cheiro dali não muda jamais. Lembro de alguns episódios que esse vento sempre insiste em trazer. Mas tb lembro do que ainda não chegou e em como ele vem e passa que a gente nem sente. Talvez agora mesmo. Talvez demore ainda um pouco mais pra chegar. E passar. E eu lembrar. Lembro de você agora, e quantos ventos desse eu presenciei estando la e sem você ou ninguém saberem o quanto eu gosto dele. Lembrei e vi que os momentos bons foram e sempre serão maiores que os maus. Pensei se vamos sentir esse vento em outros lugares quando viajarmos juntos. Eles fazem esses ventos na irlanda? Será? De repente eu vi que agora sou eu, e só eu que vou sentir esse vento. Pelo menos agora, até ele vir de novo. E quem sabe ele não traz você.

:)